quarta-feira, 30 de junho de 2010

Chamado para estar com Jesus

“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e exercer a autoridade de expelir demônios.” Marcos 3.13-15
O primeiro chamado de Jesus para minha vida não é o serviço, mas o chamado para estar com Ele. Foi o mesmo no chamamento dos doze, Jesus os separou dentre uma multidão de seguidores para se relacionarem com Ele de uma forma mais estreita e mais profunda. A atitude de Jesus é conveniente com seu propósito, pois somente através de um relacionamento pessoal com aqueles homens Ele poderia transformá-los e capacita-los para pregar o evangelho do Reino através de suas próprias vidas. Jesus queria um grupo de pessoas que fossem mais que discípulos, Ele queria amigos pelos quais poderia contar, conferindo a eles a responsabilidade de dar continuidade a sua obra de salvação. Sem dúvida alguma, os momentos em que aqueles humildes homens passaram com o mestre foi o mais emocionantes de suas vidas e os marcou de tal forma que nunca mais foram os mesmos. Jesus também me chama para estar com Ele e antes de tudo Ele quer se relacionar comigo, deseja que eu o conheça tão bem quanto Ele me conhece. Jesus deseja que eu aprenda com seus exemplos, guarde a sua palavra e ame o Pai assim como Ele ama, e ame todos aqueles que Ele criou a sua semelhança.

Solitude e vida cristã

 "A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava" Lc 5.15-16
As multidões seguiam a Jesus por muitos lugares vindo de várias cidades e povoados a fim de serem curadas de suas enfermidades e para ouvirem as boas novas do Reino de Deus (v 15). Mesmo com toda a fama e o grande número de seguidores que  crescia a cada dia que se passava, Jesus mantinha o hábito de afastar-se e sozinho ir para lugares desertos, onde pudesse descansar e orar (v 16). O exemplo de Jesus reflete o nível de relacionamento dele com o Pai, mesmo sendo o próprio Deus, o Senhor se separava em momentos de oração e comunhão. Certamente ele não buscava algo se não outra coisa que o simples fato de estar na presença do Pai, demonstrando a sua dependência e obediência. Por certo, era nestes momentos de solitude que o Senhor renovava as suas forças para continuar em sua missão de anunciar o Reino e trilhar o caminho até a cruz em Jerusalém. Sendo Senhor e Cristo, Jesus nos deu exemplo, de que como seus discípulos devemos fazer o mesmo, pois há momentos em nossas vidas que precisamos nos afastar um pouco nas inúmeras atividades, da rodinha de amigos e até mesmo das obrigações ministeriais, para separar um momento de solitude em um lugar onde possamos ficar a sós com o Pai e renovar as nossas baterias espirituais, sermos consolados, recebermos sua misericórdia e perdão, adorá-lo ou simplesmente render graças pela sua agradável presença. Fazendo assim certamente estaremos preparados para vencer qualquer obstáculo em nosso dia a dia, assim como o Senhor venceu na cruz do calvário.

A divisão e o Declínio do Reino de Israel (1 Reis/Caps. 12-22)


O autor do livro de Reis relata os reinos dos reis de Judá e de Israel, destacando as seguintes características: o caráter do rei, o tempo que reinou, os nomes dos profetas mencionados em conexão com seu reinado, e os acontecimentos principais de seu reino.

Cronologia de Reis
JUDÁ
ISRAEL
Roboão
Jeroboão
Abias

Asa
Nadabe

Baasa

Elá

Zinri
Josafá
Acabe
Jeorão
Acazias

Obs.: não há um consenso quanto à cronologia correta dos reinados devido a cada rei contar um período de seu reinado de forma diferente. Alguns contavam a partir de sua coroação outros após o primeiro ano de reinado.

O escritor do livro de Reis ainda é indeterminado. Acredita-se que Jeremias tenha compilado os registros escritos por Nata, Gade (1 Cr 29.29) e outros.
O período monárquico dura +/- 4 séculos.
O reinado se torna tumultuado desde o reinado de Salomão (971 a.C) até a prisão de Joaquim na Babilônia (562 a.C).
Os fatos narrados no livro de Reis não são apenas história política da monarquia é uma interpretação profética de como cada rei afetou o declínio espiritual de Israel e Judá. (8.33-34; 11.6,9-13; 13.34; 14.14-19; 18-39; 19.18)
Exemplo: Onri foi um dos reis mais importantes na história do Antigo Oriente próximo, mas seu reinado é mencionado em poucos versículos (1 Rs 16.23-28). Muito mais se diz acerca de seu filho, Acabe.
Os rei foram avaliados com base na fidelidade ao Senhor.
O povo é considerado responsável por seus atos. (1 Rs 11.9; 14.22)
Deus é retratado como Senhor soberano na história. Os profetas eram porta-vozes de Deus que anunciavam a ascensão e queda dos reinados (1 Rs 11.29-32; 13.1-4; 16.1-7; 20.13, 28; 22.13-28)
Deus é fiel. Deus conservou sua promessa a Davi mesmo quando o rei de Judá pecava. (2 Sm 7.16; 1 Rs 11.31-36; 15. 3-5; 2 Rs 25.27-30)
O Senhor foi fiel a seus profetas que anunciavam sua mensagem enfrentando perigos. (1 Rs 19.3-4, 18; 22.24-28)

Valor ético e teológico

Em 1 Reis, a exemplo de Deuteronômio, o autor alerta contra o perigo de esquecer de Deus em tempos de prosperidade. Os fatos revelam o poder da Palavra de Deus na construção da história, a coragem daqueles que, como Elias mantiveram o coração ligado a Palavra de Deus. Em 2 Reis, a apostasia continua a cada rei que se levanta. Muitos se destacam por praticar maiores atrocidades tanto sociais quanto espirituais, outros poucos buscam com humildade ao Senhor e implantam profundas reformas religiosas. O segundo livro de Reis dá continuidade ao declínio apresentado no primeiro livro, e se desfecha no juízo de Deus com o cativeiro de Israel e posteriormente a queda de Judá. Embora, os exemplos sejam negativos, eles demonstram que Deus não se mostra indiferente aos acontecimentos históricos e que Ele interfere promovendo a sua justiça.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A relevância dos princípios e o desenvolvimento de estratégias no plantio de Igrejas


Fomos chamados por Deus para fazermos parte do seu Reino e de sua missão. É certo de que não há nada mais importante no mundo pelo qual eu ou qualquer crente em Cristo poderia dar a sua própria vida. A igreja é composta por esses chamados por Deus, e na verdade é isso que ela é, até mesmo na essência do significado do seu nome. Por mais que a imagem da Igreja esteja tão deturpada atualmente, é justamente isso que ela representa, um grupo de pessoas chamadas para amar a Deus, amar as pessoas e anunciar a Jesus, o seu Reino, seu amor, sua salvação, sua justiça e seu bondade. Então, a Igreja é o instrumento pelo qual Deus escolheu para manifestar a sua graça, e é, portanto a maneira mais eficaz de proclamar o evangelho ao mundo sem Deus. O Senhor Jesus convocou e ainda convoca a sua Igreja através das gerações a se comprometer com a sua missão, a fim de que todos o conheçam, sejam por eles salvos e entrem em seu Reino Eterno. Especificamente Jesus fez essa convocação em suas últimas palavras aos seus discípulos antes de sua ascensão, o que está relatado no evangelho de Mateus 28. 18-20: E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Por isso é nos imperativo a ação de proclamar o evangelho, pois ao Senhor Jesus foi dado todo o poder nos céus e na terra, e cabe nos divulgarmos o Senhorio de Cristo, e o seu Reino a todos. Mas muito mais que uma ordenança, anunciar a Cristo e fazê-lo conhecido é uma atitude intrínseca de todo aquele que se encontra realmente com ele, pois quem pode ter um verdadeiro encontro com Jesus e não ter sua vida transformada de tal forma que não pode conter essa novidade àqueles que estão a sua volta.
            Entendendo o chamado da Igreja, precisamos estabelecer princípios e estratégias adequadas com o nível do nosso chamamento para realizarmos essa nobre tarefa. Foi Jesus que estabeleceu a Igreja (Mt 16.18),  é através dela que ele continuará a sua obra de redenção (Jo 17.21; Ef 1.21-23). No plantio de novas Igrejas tudo que fazemos deve ser produto de uma reflexão teológica bem fundamentada a fim de que nossas ações estejam de acordo com os princípios do Reino do qual pregamos. De nada adianta nos entregarmos ao ativismo pela procura de resultados numéricos sem estarmos de acordo com a vontade de Deus. A centralidade do Evangelho é a própria pessoa do Senhor Jesus Cristo e por isso a Ele devemos ouvir e obedecer. Em Mateus 28.18-20, Jesus afirma que foi lhe “dado todo poder no céu e na terra”, ou seja, Ele é Senhor de todas as coisas, “portanto ide”, diz o Senhor. Então o que fundamenta a idéia central da igreja não é a conversão de indivíduos nem o estabelecimento de igrejas, é mais do que isso, é um chamado que o Senhor Jesus faz a sua igreja para que ela forme pessoas que reconheçam o seu senhorio universal e integrem no seu Reino como cidadãos.
            A partir desse ponto crucial a Igreja pode se comprometer com a missão sendo fiel ao Senhor. Desse modo precisamos ter a mesma perspectiva de Igreja que Jesus tinha, redescobrindo a visão de uma Igreja viva e cheia do Espírito Santo. Uma Igreja sobre a perspectiva de Jesus é uma Igreja centralizada em sua Palavra não em métodos ou ideologias. Em se falando de Reino de Deus os fins não justificam os meios, de nada vale grandes resultados se não estamos de acordo com os princípios do Evangelho. Na verdade, precisamos contextualizar a mensagem do Evangelho de forma que ela faça sentido para a atual geração, a fim de ganharmos o maior número de pessoas possíveis, assim como o apóstolo Paulo (I Co 9.19-27). Precisamos ser como o pai de família citado por Jesus, que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas, ou seja, precisamos usar novas estratégias para anunciar o evangelho sem contudo desprezar a mensagem do evangelho que é antiga (Mt 13.51-52).
Ainda assim, o Evangelho por si só já suficiente. Na implantação de uma nova Igreja, a pregação da mensagem do Evangelho deve ser integral e abundante, afinal de contas (...) o Evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crer (...), e o Evangelho é Jesus Cristo (Rm 1.16; I Co 15.1-4).
            Ao plantador, além de fidelidade ao Senhor e a sua Palavra, é necessário capacitação harmonizada com integridade e uma vida regada pelo Espírito. São características que devem estar presentes de forma equilibrada e não aos extremos. Podemos ter grandes estruturas e recursos abundantes, mas não chegaremos muito longe sem um caráter integro e uma vida de devoção ao Senhor. Assim como o obreiro de vida piedosa, mas sem a capacitação devida, não será eficiente em seu trabalho. É preciso conciliar essas características, no entanto, entendo que a integridade e uma vida cheia do Espírito são primordiais e superiores a capacitação e habilidades, pois nos tornam mais dependentes e submissos a vontade do Senhor. São estes que lançam a mão no arado para o trabalho mesmo talvez sem muita capacitação, e em sua simplicidade alcançam muitos que não são da fé. Foi assim com os primeiros discípulos, que se tornaram apóstolos, homens apaixonados e destemidos que alcançaram todo o mundo da sua época (todo o Império Romano) com a mensagem do Evangelho(CL 1.6). Não tinham muitos recursos ou mesmo escolaridade, mas havia neles uma fé genuína e uma vida rica e abundante em Deus. Não tinham todos os recursos que tínhamos hoje, mas tinham todo o necessário para cumprir a missão, Jesus.    
            O desenvolvimento de estratégias na implantação de novas Igrejas deve se adequar a cada tempo e cada público. A implantação de novas Igrejas pode vir a fracassar devido ao despreparo e desinformação dos plantadores diante de uma comunidade em constante transformação. A ausência de preparo e o uso incorreto de ferramentas pode até levar a Igreja ao descrédito diante de uma comunidade alvo, sendo vista como uma sociedade alienada e descontextualizada.  Além disso, toda ferramenta ou estratégia utilizada deve ser antes de tudo fruto de uma reflexão teológica que fomente a sua utilização. A reflexão teológica é muito importante para isso, pois trabalha em parceria com a missiologia. A reflexão teológica para o plantio de igrejas ajuda a Igreja a entender o sentido da Missão e entendimento bíblico motivacional para o evangelismo, enraizando a Igreja tanto na pessoa quanto na missão de Deus. A orientação teológica para o plantio de Igrejas dá base apara a análise sócio-cultural, a reflexão teológica e a visão para a Igreja e sua missão. A ausência de uma visão definida acerca do plantio nos distancia do propósito real de Deus e de sua própria visão. Uma boa teologia conduz a uma boa metodologia e formulação de estratégias, com segurança bíblica e valores do Reino. A visão nos ajuda a manter o alvo e o foco na missão. Mas do que tudo devemos buscar a visão de Deus, pois é Ele que nos orienta em tudo diante dos novos desafios.
            Existem muitos modelos de implantação de Igrejas, modelos que deram certo e que foram eficazes. Modelos e métodos que deram certo em um determinado local não garantem o sucesso em outro local distinto. É necessário conhecer o seu alvo, compreendê-lo social e culturalmente, identificando as suas particularidades e o tipo de evangelismo adequado com uma abordagem que seja clara, receptiva e funcional. Por isso é preciso saber com que tipo grupo social está se trabalhando antes de iniciar o trabalho, se é em uma zona urbana, suburbana, rural, tribo urbana ou populações tribais. A partir do conhecimento prévio do grupo alvo, podemos formular uma estratégia para o evangelismo, que deve constante, abundante e intencional. Contudo, como já disse antes, a abundante evangelização é um elemento estratégico e funcional somente se o conteúdo da evangelização for a Palavra de Deus. Nosso objetivo deve ser apontar e levar as pessoas a Cristo, não alto promover a igreja ou um projeto seu ou mesmo a si mesmo: Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo para não abusar do meu poder no evangelho.” (I Co 9.18) – logo não há evangelismo sem a cruz de Cristo. A oração creio eu ser um recurso indispensável antes, durante e sempre. Através da oração nos mantemos conectados com o Senhor Jesus e as intenções do seu coração, então nos tornamos mais aptos a pedir segundo a sua vontade, se procedemos assim é certo que seremos atendidos (Mt 21.22). René Padilla disse que “sem oração não há missão cristã. Poderá haver proselitismo religioso, obras e ações de caridade, ou tarefas missionárias, mas não há missão cristã”. A missão nasce no coração de Deus, que através o Espírito Santo age na história, com a finalidade de exaltar a Jesus Cristo como Senhor do universo e de cada ser humano e termina no próprio Deus, pois tudo é para sua glória. Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente” (Rm 11.36).
            Nas igrejas já previamente estabelecidas e funcionais, o plantador deve investir na capacitação e treinamento de líderes locais. A partir de uma liderança local estabelecida a igreja torna-se autóctone e mais relevante em sua comunidade ao ponto que esses líderes compreenderam melhor as necessidades e os anseios da sua comunidade, podendo ir de encontro a elas com a mensagem do Evangelho. O plantador precisa discernir o momento de encorajar esses novos líderes nativos a desempenhar o trabalho e reproduzi-lo e partir daí apenas supervisionar. É claro que esse processo é um período de muito trabalho em evangelismo e discipulado até que seja gerado um grupo de homens e mulheres maduros e engajados na fé. A multiplicação de líderes locais é diretamente proporcional a multiplicação de Igrejas.
            Além de se proclamado de forma inteligível e através do nosso testemunho pessoal, o evangelho é uma mensagem que tem de estar em pleno movimento. Antes pensávamos em pregar a Cristo para salvar as almas, nos atendo somente a questão espiritual. No entanto, agora temos de entender que o ser humano é um ser complexo, não somente espiritual, mas também social e biológico e com suas respectivas necessidades. O evangelho sempre foi para o homem todo, nós que o sistematizamos. Mas do que salvar almas precisamos pregar e viver um evangelho que salve vidas para o Reino de Deus. A Igreja deve se esforçar para obter uma compreensão clara e concreta dos princípios cristãos para ir de encontro a essas necessidades de forma prática. Devemos nos perguntar como o Evangelho pode gerar transformação em comunidades pobres, em grupos desprovidos de ajuda comunitária, serviços básicos de saúde, como água tratada, esgoto, recolhimento de lixo, educação precária e deficiente, desemprego, drogas, crianças abandonadas, etc. Devemos nos lembrar que o enfoque principal de Jesus não era a salvação, mas o Reino de Deus e este estabelecido desde já naquele que por Ele é salvo. Deus é amor, e o amor é lei suprema da vida; e ele está ligado à paixão pela justiça social. Uma Igreja que se faz indiferente as necessidades sociais de sua comunidade na verdade não vive e nem entende a mensagem do Evangelho, e o Evangelho é Cristo, e “Cristo é verbo e não substântivo.”
            No final de todas essas coisas muito depende do perfil do plantador de Igrejas. O caráter certamente vai além das habilidades. Isso para mim é indiscutível. Quanto ao caráter, este deve ser sempre e constantemente moldado pelo Senhor. Lidório cita 5 características: forte convicção do chamado, integridade, espírito ensinável, ardor evangelístico e temor do Senhor. É certo que o Senhor chamou todos para irem, mas escolheu alguns para fazerem parte dessa linha de frente desbravando terrenos ainda não alcançados. A isso se deve a graça multiforme da graça de Deus que é manifestada na Igreja: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4.11)
                O que mais me impressiona é que quando Deus nos chama nos convoca para essa obra, é mais que uma oportunidade ministerial, é uma proposta de estilo de vida. Quando não entendemos isso corremos o risco de tratar o trabalho de implantação de Igrejas como um negócio e o gerimos como tal. Refletimos nele os nossos sonhos e anseios ao invés dos de Deus, pois a missão não é nossa, mas de Deus, e nós também somos d’Ele. O Senhor nos convida para nos comprometermos com a sua missão nesse mundo. A Igreja, uma comunidade de pessoas redimidas, foi a sua estratégia usá-la para executar os seus planos, e a igreja deve ser e é a sua colaboradora.           
            

Comunicação do Evangelho: modelos e estratégias


Recentemente venho trabalhando na plantação de igrejas na capital paranaense, o que pode ser definido por missão urbana. Não é um trabalho iniciado por mim, mas já está com um bom tempo de andamento. Está fazendo aproximadamente mais 30 dias que estou auxiliando nesse projeto e tenho observado muitas coisas e este curso tem colaborado para que eu entenda alguns princípios e métodos para esse trabalho árduo, mas gratificante.
A visão que temos do Reino de Deus irá estabelecer as nossas ações em um campo de plantio. A visão do Reino é o mundo inteiro e o homem inteiro. Se de fato não tivermos essa expectativa certamente seremos ineficientes no trabalho do Senhor e teremos um alcance bem menor do que realmente esta nos proposto. A igreja precisa ter a consciência de alcançar com o evangelho tanto a sua comunidade quanto outras comunidades mais geográfica, cultural ou etnologicamente distantes e com a mesma motivação.
Endossando a nossa motivação, precisamos estar munidos de ações relevantes para tal tarefa e de acordo com o nível do nosso chamamento. É imprescindível a cobertura de oração antes e durante o processo, pois conectados com Deus através do Espírito Santo podemos ter nossas ações potencializadas assim como aconteceu no Pentecostes e no movimento da Igreja relatado no livro de Atos. Cheios desse Espírito, certamente haverá uma abundante evangelização que é um fator determinante para o crescimento de uma igreja, indiferente a qualidade da infraestrutura presente. A fidelidade as verdades contidas no Evangelho na sua transmissão nos garante centralidade na visão do Reino e não podemos de forma alguma macular a mensagem em detrimento de metodologias e estratégias de crescimento. A integridade pessoal aliada à capacitação faz com que tenhamos uma liderança que sirva de referencial para a comunidade alvo, atraindo pessoas e levando outros a se apaixonar por Jesus e levantar a bandeira do Evangelho. Havendo essas condições, certamente haverá nessa nova comunidade de discípulos pessoas dispostas a pregar e testemunhar do Evangelho de Cristo e nada poderia impedi-los desde que devidamente capacitados e mentoriados por uma liderança madura.
Mesmo não estando fora do Brasil, sinto consideráveis diferenças culturais na comunidade em que estou trabalhando, pois sou de Minas Gerais. O choque cultural não é tão relevante como em uma experiência transcultural, mas penso que a Antropologia cultural é muita válida para o meu trabalho. Entendendo a realidade cultural da minha comunidade alvo posso alcançá-la de forma mais eficaz, tornado a mensagem mais acessível e contextualizada com a vivência das pessoas. Espero que ao longo do tempo eu venha identificar melhor essas particularidades e implementar na minha forma de transmitir a mensagem.

Reflexão sobre o plantio de Igrejas


Plantar Igrejas é semear a Palavra de Deus a fim de que ela frutifique, formando uma comunidade de pessoas redimidas unidas pela fé em Jesus Cristo. Portanto, na obra de implantação de comunidades de fé é preciso haver fidedignidade a Palavra, segundo os seus princípios e modelos.  Precisamos saber qual é a identidade da Igreja, o seu lugar no mundo, os seus direitos e deveres como organismo vivo do qual Cristo é a cabeça, e o seu papel na proclamação do Evangelho. Deus tem uma missão no mundo e chamou a Igreja para executar a sua missão através do Espírito que a ela outorgou.
Definições sobre o plantio de Igrejas:

1. O Plantio de igrejas não deve ser definido em termos de treinamento e habilidade, mas sim pelo poder e desejo de Deus em salvar vidas.

É indispensável que o plantador de Igrejas seja devidamente capacitado para esse trabalho, pois encontramos no campo vários desafios para a entrada do evangelho. O preparo e capacitação devem ser paralelos a um chamado e vocação para o trabalho do Reino. Mas isso nem sempre acontece. Há caso em que encontramos os extremos, pessoas capacitadas sem chamado, e pessoas chamadas sem o mínimo de preparo ministerial. Acredito que a vocação para o ministério e desejo de viver os princípios do Reino e salvar vidas seja fundamental e seja o que realmente o Senhor procura; pessoas disponíveis e com o coração disposto a obedecer a sua chamada (Is 6.8). É o fundamental, mas deve ser feito com toda a diligência e preparo necessário para cumprir da maneira mais eficiente a missão de Deus, a fim de glorificá-lo e honrá-lo.

2. O plantio de igrejas não deve ser definido em termos de resultados humanos, mas sim pela fidelidade às Sagradas Escrituras.
A fidelidade às Sagradas Escrituras nos leva a implantação de uma Igreja mais próxima das intenções do coração de Deus. A busca por crescimento numérico é algo que parte da iniciativa divina, cabe a nós como Igreja divulgarmos o Evangelho de uma forma inteligível ao maior número de pessoas possível. Ao longo do cumprimento dessa tarefa o Senhor irá acrescentar aqueles que irão ser salvos (At 2.47).

3. O plantio de igrejas não deve ser uma ação definida pelo conhecimento do Evangelho, mas sim por sua proclamação.
Pelo que entendi do sentido da frase de acordo com o tema proposto, é que de certa forma não precisamos ter total domínio do conteúdo do Evangelho e suas facetas históricas, geográficas, sócio-políticas, etc. O mais essencial é termos de fato o ímpeto de proclamar as boas novas a partir do ardor do Espírito em nosso interior que vem de uma experiência real com o Senhor Jesus. Os próprios Evangelhos citam exemplos de pessoas que voluntariamente se disporam a anunciar as boas novas após terem se encontrado com Jesus, embora não haviam passado por nenhum preparo especial (Jo 4.28-30; Lc 8.38-39).

quarta-feira, 9 de junho de 2010


            Pensar em Jesus como médico leva-nos a pensar como o próprio Deus se relaciona com o nosso sofrimento, pois Jesus é encarnação do Deus vivo. No evangelho, Jesus se opôs a enfermidade e ao sofrimento, se identificou com aquele que sofre. No inicio do seu ministério, ele anuncia que a cura de doenças era um dos seus principais objetivos.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” Lc 4.18-19
Quando questionado pelos discípulos de João acerca de sua identidade messiânica ele destaca o mesmo objetivo.
“Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-lhes o evangelho.” Lc 7.22
Quando Lázaro faleceu, Jesus chorou, demonstrando que ele não tinha nenhum prazer no sofrimento, em vez disso lamenta. O próprio Jesus experimentou o sofrimento. No Getsêmani, ele aceitou a dor quase como ultimo recurso e na cruz ele se depara com a dor do silêncio de Deus. O sofrimento de Cristo no Calvário nos faz voltar para a passagem de Isaías, o mais expressivo dos profetas.
“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento.
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido.” Is 53. 3,5
A encarnação tornou possível a empatia de Deus pelo nosso sofrimento. Enquanto Deus não se revestisse do tecido suave da carne, juntamente com suas células nervosas, tão precisas e sujeitas a maus-tratos como as nossas, ele não haveria realmente experimentado a dor. Através de Jesus, Deus aprendeu a sentir a dor da mesma forma que sentimos. Agora as nossas orações e gemidos de sofrimento são mais inteligíveis para ele, pois ele as compreende. Cristo se identifica com as pessoas de forma tão completa, que ele assume o lugar e suporta a dor dessas pessoas. No evangelho de Mateus, Jesus se mostra aceitando a caridade feita ao faminto, ao sedento, ao enfermo, ao que não possui roupas, ao errante e aos prisioneiros, como se fosse feita a ele.
“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedaste; estava nu, e me vestistes; estive enfermo, e me visitastes; preso e foste ver-me. Então perguntaram os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e o hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Mt 25.35-40
Em Atos 9.4, durante a ofuscante manifestação divina no caminho de Damasco, Jesus pergunta: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?”. Os maus-tratos sofridos pelos cristãos perseguidos tinham atingido o próprio Jesus. A sua empatia com a nossa dor chega a esse ponto. Como diz provérbio: “O médico   que não foi ferido não pode curar”. Chesterton em uma das suas obras diz, “as mãos que fizeram o Sol e as estrelas”, agora são as mãos que curam, as mão de Cristo, o médico. Ele não fazia milagres em massa, mas individualmente, tocando cada pessoa em uma atuação intima e pessoal. Jesus nos é simpático, ele se identifica com as nossas dores, com o nosso sofrimento. E é por isso que ele é capaz de ser Salvador e Senhor. Quando questionado pelos fariseus e escribas pelo fato dele comer com publicanos ele traz para si a figura de médico: “Respondeu-lhes Jesus: os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.31-32).
            Através da iniciativa divina podemos ter uma vida abundante com Jesus. Ele mais do que ninguém se identifica com as nossas feridas sejam elas de que tipo for. A nossa dor se tornou a dor de Deus. Não estamos isentos da dor, mas a esperança que temos é que não estamos sós, temos um médico que é capaz de sarar as nossas feridas.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Escatologia e Reino de Deus



A escatologia trata dos sinais que denotam a segunda vida de Cristo e consequentemente o final dos tempos. No evangelho de Mateus 24.1-14, Jesus fala acerca das evidências cosmológicas (guerras, fome, terremotos), eclesiológicas (perseguição e falsos profetas) e a evidência exclusivamente missionária. Ao findar desse discurso Jesus conclui dizendo que depois durante e depois de todas essas coisas (...) será pregado este evangelho do reino (reino de Deus) por todo o mundo, para testemunho a todas as nações (v14). 
Embora haja evidências cosmológicas e eclesiológicas, a pregação do evangelho do reino, de forma inteligível e por meio do testemunho cristão, para todas as pessoas do mundo e todas as etnias é o fator culminante para a parúsia de Cristo. A medida que o evangelho é pregado e o reino de Deus é estabelecido a vinda de Cristo se torna mais próxima, apesar de não sabermos o tempo ou a época em que isto acontecerá. Em Atos 1.6-8, quando Jesus falava acerca do reino de Deus os discípulos ainda não haviam entendido qual seria a natureza desse reino, pois o seu pensamento ainda era acerca dos tempos humanos e um reino político em Israel. Ao responder-lhes quanto aos seus questionamentos quanto a sua volta, Jesus fala de um tempo reservado ao saber de Deus (tempo divino), mas diz tudo que eles precisavam para tornar a sua vinda imediata (...) mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra (v8). 
Era a única coisa necessária a se saber e a mais fundamental, a vinda do reino de Deus e seu estabelecimento definitivo na Terra, não será determinada nos acontecimentos escatológicos, mas na ação missionária da Igreja.

Missão e Teologia


Certamente não poderíamos falar de Missão e Teologia como duas áreas de conhecimento mutuamente exclusivas ou independentes. Missão e Teologia estabelecem uma relação de simbiose restrita em que se é impossível uma viver sem a outra, ambas se completam e não podem se manter integrais isoladamente. A quem separe, e faça preferência entre uma e outra, considerando a Missão superior a Teologia e vice versa. René Padilla fala sobre isso em seu livro intitulado “O que é Missão Integral” (especificamente no capítulo 2/Para que serve a Teologia?). A partir de uma perspectiva latina americana ele disserta sobre utilidade da Teologia no estabelecimento da Missão da Deus, e as suas implicações em relação com a sua Igreja, a qual Ele escolheu como instrumento de proclamação. Inicialmente ele fala sobre o descrédito que a Teologia e os que fazem Teologia tem na visão dos evangélicos latino-americanos, em que é uma área de conhecimento elitizada, inútil, em nada tem contribuído para os aspectos práticos da obra. Deixaram de promover a reflexão teológica, se “profissionalizaram”, abandonaram a fidelidade ao evangelho e se desvincularam da Igreja, a qual tem perdido o seu modo de ser e de agir. Sem a reflexão teológica adequada a Igreja torna-se susceptível ao pragmatismo, “e a ação se transforma em um ativismo sem direção”.  Desse modo o fim acaba que justificando os meios, a Igreja sem uma identidade teológica bíblica se entrega aos métodos sem avaliação a luz da Palavra e se afasta dos princípios e valores do Reino e a real motivação da Missão. É o que o famoso teólogo do século XIX, Karl Barth, disse certa vez, é a “construção do “Reino” e não o crescimento orgânico do Reino”. Ao invés de avaliar as nossas iniciativas e prospecção a luz dos valores do Reino avaliou segundo o número de pessoas que freqüentam as reuniões, o tamanho dos templos, o volume dos orçamentos, etc. Precisamos ter uma Teologia fundamenta em princípios bíblicos que sirva a Igreja, e a auxilia para responder e solucionar as problemáticas do contexto histórico vivido por ela.
Precisamos ser fieis ao Senhor e sua Palavra. Uma Igreja fundamentada biblicamente se auto-verifica, questiona as suas ações, não se entrega ao ativismo. A Igreja de hoje precisa ser relevante para a sua geração. Padilla diz: “(...) a fé tem de se articular de tal forma que responda aos novos desafios e interrogações que surgem da situação do mundo contemporâneo.” Se contextualizar a partir de uma boa reflexão teológica, não quer dizer desprezo pelo passado, muito pelo contrário. Uma Igreja que deseja ser relevante e pregar um evangelho que faça sentido para a sua geração deve entender a sua própria história, e não há como fazer isso sem olharmos para o passado. O próprio Evangelho é antigo, a bíblia é antiga, então porque desprezaríamos aqueles que nos sucederam na carreira da fé. Muito pelo contrário, conhecendo a nossa história seremos bem mais eficientes na proclamação do Evangelho em nossos dias. “Portanto, a teologia cumpre a função de articular a mensagem de Deus, mostrando sua relevância a cada novo contexto”.
Então a Teologia tem a função de orientar a Igreja em sua razão de ser e de agir e articular a sua mensagem, ou melhor, a mensagem de Deus de uma forma relevante no seu próprio contexto socioeconômico, político e cultural. Essas duas funções da Teologia estão relacionas à Missão da Igreja. Na verdade a Missão seria a “parteira” da Teologia. Exemplo disso é o apóstolo Paulo, ele fazia teologia a medida que ia proclamando as boas novas do Reino (Missão), edificando a Igreja e resolvendo os seus conflitos internos e externos. Enquanto a Missão leva a Igreja a proclamar o Evangelho e dar o sentido de existir da Igreja e o seu papel na Missão de Deus no mundo, a Teologia gera a reflexão para medir as iniciativas da Igreja em prol da Missão em consonância com o Evangelho em cada situação específica. Padilla conclui que o desinteresse dos evangélicos latino-americanos com a teologia é justamente a sua despreocupação com a fidelidade a Palavra em detrimento dos seus métodos para realização da Missão, “substituem a Palavra por palavras e ação pelo ativismo.” A conseqüência disso são Igrejas biblicamente descontextualizadas dentro do seu mundo e no Reino de Deus.
Não podemos separar a Teologia da Missão, ambas são essenciais para que a Igreja, o povo de Deus, cada discípulo de Jesus entenda o seu papel no plano redentor de Deus e o faça de acordo com as intenções do seu coração. E só assim a Igreja poderá atingir sua finalidade maior, glorificar a Deus.

Comece de novo todos os dias



E Jesus proclamava às multidões: “Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia, e caminhe após mim. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará. Lucas 9.23-24

Nenhuma das declarações de Jesus recebeu tanta ênfase por parte dos quatro evangelistas (Mt 10.38,39; 16.24,25; Mc 8.34,35; Lc 14.26,27; 17.33; Jo 12.25). Seguir a Jesus exige sacrifício, e Lucas destaca o aspecto da continuidade, ou seja, “dia após dia” haja o que houver. A cruz era um instrumento de tortura e execução do Império Romano bem conhecido pelos discípulos. Quando Jesus associa o modo como os seus discípulos deveriam segui-lo, certamente essa imagem da cruz era bem clara para eles, e se tornou o clímax da mensagem do evangelho. Uma vida que vale a pena ser vivida é a vida que Jesus estava oferecendo e ainda oferece, no entanto, para isso Ele exige o abandono da velha vida, do autocontrole e dos riscos calculados. Não acredito que algum esforço da minha própria vontade possa acabar de vez com o meu desejo pelos riscos calculados. Estou certo de que Deus fará. No entanto, sei que não posso me acomodar e pensar que isso acontecerá simplesmente sem fazer nada. O agir de Deus em mim operará a medida que eu renunciar essa atitude de auto-controle e de preservação do meu estilo de vida, feito diariamente, a cada hora, a cada manhã, pois a cada viração do dia as minhas próprias vontades renascem e tentam retomar o controle. Sei que as minhas falhas serão perdoadas, mas o consentimento de áreas em que resistem a serem entregues e deixadas na cruz são um empecilho ao agir e operar de Deus. Não há transformação de vida se não houver um trabalho continuo e acumulativo de renúncia e entrega. Eu não posso gerar mudança, mas me torno disponível para o agir do Senhor, pois estou dizendo “sim Senhor”, estou aqui, estou disponível, eu vim te seguir. Enquanto eu tiver reservas, dificilmente conseguirei seguir realmente o Senhor. C.S. Lewis disse que: “Essa decisão, deve ao meu ver, ser retomada a cada dia. Nossa oração matinal deveria ser: Da hodie perfect insiper – rogo que me concedas um novo recomeço sem falhas, já que eu ainda não fiz nada”. Concordo do o Dr. Lewis, a minha oração deve ser constante e diária de consagração, abnegação, dedicação, disciplina e absoluta obediência voluntária à Palavra de Deus. Encerro esse devocional com uma conclusão brilhante de um grande pensador cristão, Frederick Buechner:

“Costumavam-se colocar adesivos em carros vistoriados que diziam: dirija com cuidado. Você pode salvar uma vida: a sua. Isso resume a sabedoria dos homens em uma única frase. Já o que Deus diz é: A vida que você salva é a vida que você perde. Em outras palavras, a vida a que você se agarra, que mantém, guarda e protege no fim é uma vida que quase ninguém valoriza, nem você; a vida abdicada em nome do amor é a única que vale a pena ser vivida. Para destacar esse ponto, Deus apresenta um homem que abdicou da vida a ponto de morrer como desgraça nacional, sem um tostão no bolso ou uma pessoa que pudesse chamar de amiga. Nos moldes da sabedoria humana, foi um perfeito tolo. E quem pensa poder segui-lo sem se fazer de tolo não está carregando uma cruz, mas uma mentira.”

“Fui crucificado com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” Gálatas 2.19-20

Que a cada dia seja um novo recomeço para mim e para você, em direção a cruz de Cristo, em direção as intenções do coração de Deus, uma vida que realmente vale a pena ser vivida.

Construindo uma casa firme

Podemos construir uma casa com diversos tipos de materiais. Se usarmos materiais de qualidade inferior de forma adequada a nossa construção pode até durar algum tempo, no entanto com a ação do tempo logo o nosso edifício vem abaixo. Se usarmos materiais de ótima qualidade em nossa construção, mas, de forma incorreta teremos o mesmo resultado, a ruína de todo o nosso trabalho. Em nossa vida temos a oportunidade de usar materiais de má e ótima qualidade para edificarmos nossos relacionamentos, nossos sonhos, conquistas e nosso futuro. A vida pode nos oferecer diversos tipos de materiais, mas cabe a nós, a forma de lidarmos com eles para edificarmos o tipo de vida que desejamos. Para sabermos utilizar esses diversos materiais que vida nos oferece precisamos da orientação de um sábio mestre, Jesus Cristo. Se ouvirmos a sua voz e obedecermos a sua palavra, edificaremos uma casa firme e sólida contra as intempéries do tempo. Deixe Jesus guiá-lo, ouça o que Ele tem a dizer a você e construa uma casa firme.

E por que me chamais: ‘Senhor, Senhor’, e não praticais o que Eu vos ensino?
Eu vos revelarei com quem se compara àquela pessoa que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. É como se fosse um homem que, ao construir sua casa, cavou fundo e firmou os alicerces sobre a rocha. E sobrevindo grande enchente, o rio transbordou e as muitas águas avançaram sobre aquela casa, mas a casa não se abalou, por ter sido solidamente edificada.  Entretanto, aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu sua casa sobre a terra, sem alicerces. No momento em que as muitas águas chocaram-se contra ela, a casa caiu, e a sua destruição foi total.
Lucas 6. 46-49

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